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Entrevista

Mutantes!


Leia como foi a coletiva de lançamento do novo DVD ao vivo


Gostaria de saber por que vocês resolveram voltar em Londres e se está confirmado o show que foi anunciado para o feriado paulistano de 25 de janeiro próximo.
SD - A gente voltou em Londres porque foi de onde chamaram a gente, né? É difícil responder, eu acho que foi por causa disso.

AB - Eu tenho me perguntado sempre por que é que a gente fez esse show. Eu falei uma vez que a gente fez o foco de uma grande angular. Ninguém entendeu, nem eu.

SD - Maravilhoso. Essa colocação é fantástica. Imagina só o que uma grande angular pega, né? Agora, o foco dela é genial, né? Aquilo foi só um ponto, é mais ou menos a ponta do iceberg. Aconteceu de ser em Londres, mas o show de São Paulo está confirmado para o dia 25 de janeiro no Museu do Ipiranga. A gente vai fazer o show "no grito".

Queria saber como foi o preparo de vocês para esta volta, depois de mais de 30 anos.
ZD - Eles fizeram, se não me engano, cerca de 50 ensaios... mas eu vi boa parte, porque apareci no meio deste caminho. Foram 21 músicas, num trabalho muito árduo de retomar as coisas e te ter contato de novo, em todos os sentidos. Eu senti a música ali, viva e forte, crescendo a cada dia. Acho que por isso estamos aqui hoje, chegando de uma maneira tão boa e vigorosa... porque a música continua sendo revolucionária, do jeito que era. Eles começaram a ensaiar em fevereiro, eu entrei em abril, então desde então foram ensaios diários... em torno de 5 a 6 horas juntos, fazendo música.

SD - Eu acho que a dificuldade maior foi até a coisa tomar sua forma final. Teve tantas coisas que aconteceram, durante um espaço de tempo muito pequeno. Do Liminha querer, do Liminha não querer, essas coisas todas, se a gente ia mexer em arranjo ou se não ia mexer em arranjo. Tivemos tantas decisões, num espaço de tempo muito pequeno, e isso foi a coisa talvez mais difícil, né?

Qual foi a primeira que vocês tocaram? Imagino que ela represente um momento importante nessa volta.
SD - Acho que a primeira coisa que a gente fez foi improvisar. Arnaldo sentou ao piano, eu toquei guitarra e tava o Liminha também. A gente começou a tocar, só fazer um som, deixando a coisa rolar. E aí foi legal de ver a fluidez da coisa. É mais importante isso do que simplesmente tocar uma música. A comunicação musical é importante, isso que é legal.

Quanto tempo demorou essa primeira jam?
SD - Não sei, mas acho que uns 20 e poucos minutos... Lotou quase todo o meu HD, eu acho.

Sérgio, há muitos anos vocês declarava-se desiludido com a indústria fonográfica. E, nesses anos todos, uma volta dos Mutantes era uma utopia totalmente descartável. Hoje estamos com essa realidade, vocês voltaram por uma multinacional. Pra você, o que mudou? Mudou você ou mudou o mercado?
SD - Não sei, honestamente. Tem tantas respostas pra isso. A gente pode dizer que um Bruno Batista está dentro da Sony, um Alexandre Schiavo está dentro da Sony, e isso é uma grande mudança. É um Aluizer Malab pintar na parada, sei lá. A construção do movimento que levou Mutantes a desabrochar lá fora, entende? Foi tudo espontâneo, não teve um planejamento de mídia. Nada foi convencional. Se você for pensar que, quando a gente disse "sim" pro Barbican, 15 dias depois a gente tava com uma turnê marcada nos lugares mais importantes dos Estados Unidos, sem ter tocado uma nota, e sem ter nunca tocado nos Estados Unidos e sem ter disco lá, sem rádio tocar e sem ninguém conhecer a gente, é um total absurdo. Então isso é um negócio que é genial de ver, e fica muito difícil de responder uma pergunta dessas. São tantos fatores externos que levaram isso a acontecer, que é impossível você dizer que eu mudei aqui ou eu mudei lá. Eu acho que é o momento de dizer isso. As coisas acontecem na hora certa. Imagina se a gente voltasse aos anos 80, que inferno!

Você se sente igual ao que era naquele momento ou você acha que amadureceu?
SD - Não sei, eu acho que sou igual. Não vejo diferença, honestamente. Agora, a gente vai vivendo cada dia.

Dinho, você se propôs a voltar? Como é que foi voltar a tocar, tanto tempo depois de ter praticamente aposentado as baquetas?
DL - Exatamente, eu não pensava em tocar e não tinha realmente essa idéia de fazer alguma coisa. Se não fosse pra tocar com os Mutantes, eu não seria baterista de algum outro artista. As coisas aconteceram assim. Por várias vezes alguém falava na volta dos Mutantes e eu também não acreditava em nada. Mas dessa vez aconteceu com essa espontaneidade. A gente foi conversando, tocando um pouco, nada foi condicionado e, depois de uma semana tocando, deu pra ver que que eu acho que ia dar conta. Aí eu falei pro Sérgio: "Ó, eu acho que posso... vamos lá!" Mas eu não tinha nenhuma expectativa de que pudesse voltar a tocar. Eu tava enferrujado, tava um pouco enferrujado, mas logo nos primeiros dias a gente foi tocando... e hoje, nessa posição em que estamos, de ter músicos atrás, isso nos coloca mais harmonia. Nos shows antigamente, era eu, Arnaldo, Sérgio e Rita. Era porrada, porrada, porrada... e hoje, com essa harmonia, é mais gostoso, parece que fica mais fácil e flui melhor o som da bateria, até...



Alguma possibilidade de participação de Rita Lee no show de São Paulo?
SD - Não... não... não!

Zélia, a sua posição nesta volta talvez seja a mais delicada, muito em função das comparações com Rita e com os Mutantes de outrora. Como é que isso aconteceu? Você pensou muito? Está pronta para as comparações?
ZD - Eu não pensei muito não, porque senão não sei se eu estaria aqui! (rindo)

SD - Melhor nem pensar agora... (risos)



ZD - Era uma coisa que eu me perguntava um pouco no começo, da mesma forma como pessoas próximas a mim. Mas agora a gente está num outro momento do começo, né? A gente tá no começo do lançamento de uma coisa que já é real. Antes era conjectura sobre a voz ser mais grave, os tons etc. Agora, que isso de uma certa maneira já foi superado, o que a gente tem pela frente é pegar esse disco que nasceu e mostrar pra todo mundo. Quanto à presença da Rita, ela vai estar sempre aqui... porque ela é uma das criadoras do que a gente está fazendo, todo mundo sabe que eu não estou tentando imita-la... porque seria ridículo... e eu não estou no lugar dela. Eu estou no meu lugar, e o dela está ali pra sempre. São coisas distintas, embora uma parta da outra. Obviamente para cantar com os Mutantes, eu tenho que estudar o que eles fizeram e então obviamente vou estudar o que ela fez. Estudei feliz da vida e vou sempre ouvir esse som, então agora já estou mais segura e mais tranqüila. No começo, mil inseguranças se passaram... e agora são inseguranças novas.

SD - A gente vai soltar uma tábua do palco lá, pra você... (risos)

ZD - Um trapolim, né? Porque de um eu já me joguei... O próximo desafio é de todos nós juntos, porque o meu desafio sozinha eu já consegui enfrentar de alguma maneira. Quanto a gostar ou não gostar, vai ter sempre alguém pra malhar alguma coisa. Vai ter gente que vai dizer que "ela não deveria cantar nos tons da Rita", mas vai ter gente que vai dizer que "eles deveriam ter mudado os tons".

SD - Já malharam tanto a gente no tempo da Rita, qual é a diferença? (risos)

AB - ... e isso me ir-Rita! (risos) Sempre me perguntam o que aconteceu quanto à Rita. Eu falo agora que fui eu quem mandou a Rita embora. Eu cheguei pra ela, sozinho, e falei: "Olha, eu não gostaria mais que você fizesse parte dos Mutantes". Porque eu achava a Rita um pouco "banana", muito "pra inglês ver", então às vezes eu prefiro o que é mais Led Zeppelin e não Yes, como a Rita era. Agora ela, a Zélia, é uma coisa mais adubada... (risos) Adubo orgânico!

Falem um pouco sobre a capa do disco, porque vocês sempre fizeram coisas mais coloridas e psicodélicas. Essa até é psicodélica, mas é cinza e preta...
SD - Há alguma coisa escrita...

Mas eu não entendi nada...
SD - Nem eu... (risos) Isso é um negócio tipo "Código Da Trinta", entende? É pra depois as pessoas descobrirem, mas vão ter que trabalhar muito! O mistério é a coisa mais importante! Se você dá a solução para um quebra-cabeça, ele deixa de ser um quebra-cabeça. Você que tem que descobrir, é uma "missão impossível"... igual a saber o que o Arnaldo canta no meio de "Top Top"! (risos) Ele nunca vai te dizer!

Vocês vão continuar como uma nova banda, fazendo novos discos e novas músicas?
SD - O que é que vocês querem? Vamos tentar, com certeza já estamos "cozinhando"...

AB - Cada ser humano, creio eu, tem uma música totalmente sua. Deve haver alguma coisa que englobe tudo... e a gente vai tentar alcançar isso.

Sérgio e Arnaldo fizeram discos solo nos últimos anos, vocês também prosseguem suas carreiras solo?
SD - Eu não sei, eu não estou pensando nisso, honestamente, no momento. Eu tenho tempo pra tudo.

AB - Exato. Existem itens que talvez a gente não consiga botar adiante. É muito relativo, eu tô pensando numa música que fale da fórmula da união dos campos - onde todos os ímãs são medidos por graus e a gravidade, que também é magnética, é medida por grávitons. E a gente elimina os ímãs pelas cerâmicas super-condutoras. Nos grávitons, a gente poderia levitar... que nem disco voador... e é a respeito disso que estou pensando.

SD - Quer dizer, isso seria o próximo "Ando Meio Desligado"... desligado da terra... "eu nem sinto meus pés no chão". (risos) São os grávitons, o que vou fazer? Finalmente os grávitons chegaram! (risos) É um problema gravitacional extremamente grave!

O DVD traz um trabalho meticuloso, cada detalhe está bem colocado e os vocais estão extremamente bem ensaiados.
SD - Muito obrigado. Este trabalho naturalmente soa mais certo, mais coeso, primeiramente porque - quando você está compondo um disco, ainda mais no tempo da gente, antigamente - a gente não tinha tanto tempo de estúdio. Então você ia lá e tinha diversas deficiências pra cobrir na hora. Num monte de improvisos, às vezes as coisas davam certo e às vezes não. Nesse disco a gente tá basicamente reproduzindo o que a gente fez. Então quando você, que é o criador de uma obra, tem a chance de olhar sua própria obra e ver, fica muito mais fácil tirar dela o que é realmente bom... e tomar o cuidado para que os vocais fiquem perfeitos. Isso é maturidade, né? A gente tem anos e anos a mais de vida, eu passei dez anos em Nova Iorque, o Dinho viveu a vida dele e temos a Zélia e os músicos, que estavam no lugar e na hora certa. Como a gente resolveu fazer essas músicas, como "Caminhante Noturno", que é um tratado musical... ou melhor, uma encrenca aquilo lá... , com o Henrique e o Vitor fazendo os arranjos do Duprat em teclado, eu não acreditei que ia ser a metade do que eles conseguiram fazer. E nós não temos as partes, aquilo foi de ouvido! Quer dizer, é genial isso... e tem uma contribuição muito grande deles. Essa banda foi muito bem trabalhada... e bem trabalhada nem só por mim, Arnaldo, Dinho ou Zélia. Esses caras vieram na hora certa e são as pessoas certas. Volta e meia os caras ficam dizendo: "Pô, mas não dá pra vocês fazerem turnê pelos Estados Unidos com banda de 10 pessoas! Tem que enxugar a banda!" Não tem jeito, meu! Não sei como, vamos pedir dinheiro pra TAM ou pra qualquer outra, pra levarem a gente lá... senão não dá! Não tem como você substituir, a banda tá muito coesa e muito forte! E a energia, que é o legal nisso, não tá uma coisa clínica... ela tá raivosa!

Que público era esse que lotava os shows de vocês na turnê americana?
ZD - Era um público principalmente de gringos, com exceção de Miami - onde a gente sentiu mais brasileiro, né? Mas a estréia da turnê americana foi no Webster Hall de Nova Iorque, e foi muito emocionante. A gente sentia que as pessoas estavam esperando por aquilo. Muita gente muito jovem, tinha coro pro Arnaldo lá. Foi sempre uma comoção muito grande, eles querem muito ver os caras. Tudo sold out, muito antes da gente chegar, com essa sensação bacana. Isso que é incrível na música deles, porque é uma música que está nova... e com frescor, como se fosse a primeira vez que eles estivessem pisando num palco na vida deles. Por exemplo, depois do Webster Hall a gente foi pro Fillmore de São Francisco, que é um templo de rock'n'roll. Você entra lá e já se sente emocionado, porque Janis Joplin, Jimi Hendrix, Led Zeppelin e Pink Floyd, todo mundo já passou por ali. Tem aqueles hippies, que estão ali procurando Woodstock, mas tem a garotada e é incrível... porque entra no camarim com LP na mão, depois de ter pago 100 dólares pelo LP pra pegar autógrafo. Tinha gente chorando, eu tive o prazer de presenciar isso. Todo mundo muito emocionado com a música... quando o Arnaldo vai cantar suas músicas ou durante os solos do Sérgio. Neguinho se ajoelha, então é muito bacana de se ver. É a música sobrevivendo a qualquer coisa, só que os donos dela estão aqui! É muito bacana que agora eles possam sentir esse retorno, e que agora a gente possa dar pra essa música o carinho que ela merece.

SD - Obrigado.

ZD - De nada.

Os shows da turnê brasileira em 2007 já terão músicas diferentes do show do DVD gravado em Londres meses atrás?
SD - A gente escolheu as músicas impossíveis de tocar, entende? Porque, por exemplo, se você pega diversas músicas nossas que já foram tocadas por outras bandas, como "Fuga No. II", "Balada do Louco" e "Bat Macumba", tudo bem, mas se você pega "Dia 36", "Ave Lúcifer" e "Cantor de Mambo", essas músicas são muito difíceis de fazer elas funcionarem direito em palco. Se você tem a possibilidade de tirar os sons iguais e está realmente com equipamento "em cima", pra fazer aquilo acontecer e soar de verdade, essa coisa é muito importante de botar na mesa. "Ave Lúcifer" é uma coisa absurda, essa é que dá a noção principal, mas logicamente tinham as que não dão pra não tocar - mas a gente toca "Ando Meio Desligado" de um jeito que eu nunca mais tinha tocado. Eu tocava no meu show, mas era completamente diferente, mas quando a gente tá tocando, a gente tá sendo mais fiel ao arranjo original. Tinha coisas que, quando eu escutava no arranjo original, eu achava esquisito. Agora eu sei por que... é porque era muito melhor! (rindo) Pra gente que revisitou, é muito legal ver aquela linha de baixo que o Arnaldo fez pra "Baby". Foi ele que fez, é um sonho aquilo. O piano de "Baby" é de matar. "Top Top", por exemplo, quando eu ligo minha chave de distorção e entro solando, o som vem exatamente igual. Eu toquei muito com Fender Stratocaster, mas agora não dá mais. Não tem como, minhas Fender tão todas paradas lá em casa, encostadas. Depois de tocar de novo na velha, eu disse "não dá!". Outro dia eu peguei uma Strato e parecia um brinquedo. Agora, quando você vai fazer o solo de "Top Top", não tem como não tocar aquelas mesmas notas. Eu poderia fazer 50 milhões de solos completamente diferentes, mirabolantes etc, mas não tem jeito. Aquele solo é perfeito, então é genial olhar pra traz e lembrar que eu tinha 17 anos. É legal, bicho. No momento, não pensamos em botar mais nenhuma música... Já temos 21, bicho! A gente já tá veínho, veio! O geriatra proibiu a gente de fazer mais de 21 canções.

Rogério Duprat morreu há pouco tempo. Qual a importância dele na vida de vocês?
SD - Ele foi o grande link entre o nosso mundo musical e o subjetivo, porque a gente talvez não conseguiria expressar através dos instrumentos que a gente tocava. A gente dava as idéias e ele conseguia botar isso de uma maneira que ninguém no mundo ia conseguir. Não vou dizer que é uma perda, vamos dizer que foi um enorme ganho pro céu... porque ele já fez demais aqui, né? Bendito o lugar onde esse cara esteja.

Antes do retorno dos Mutantes, houve um ensaio de Sérgio com os membros da fase progressiva da banda e chegou-se a pensar numa volta daquele trabalho.
SD - Pois é, eu estou sempre aberto às coisas. Eu nunca digo não, sempre vejo qual que é. Túlio, Rui e Pedro foram lá em casa e a gente fez um som, que obviamente foi fantástico... porque eles são grandes músicos. Antes disso tudo acontecer, a gente pensou em fazer alguma coisa... mas aí, quando tudo isso começou a acontecer, eu tive que pedir desculpas porque "isso aqui é mais sério".

Abortou de vez?
SD - Não, não abortei de vez. Mas simplesmente no momento estou fazendo isso com os Mutantes. Agora, sei lá, se algum dia a gente pode fazer alguma coisa? Eu não sei! Eu adoro o Pedro, adoro o Túlio e adoro o Rui, mas teria que ser uma coisa realmente significativa pra gente estar fazendo.

Como é estar no palco com seu irmão depois de tantos anos?
SD - Bom, Mutantes é uma coisa que é completamente separada da nossa vida. Arnaldo é meu irmão, é o mesmo com quem eu vivi por 13 anos antes de existir Mutantes. É o cara que eu imitava, entende? Ele era o meu irmão do meio, e tinha o Cláudio, que era o meu irmão mais velho. Quer dizer, essa coisa toda de família é maravilhosa. Não tem como se medir, não tem preço e nem nada que possa substituir a emoção, e nessa situação a música é um subproduto. Agora, o Arnaldo é amor pra mim... ele é o amor da minha vida... é o meu irmão, com quem eu aprendi um monte de coisas na minha vida.

Ter estado afastado...
SD - ... foi uma grande idiotice, eu acho... da minha parte... Quer dizer, a vida é cheia de coisas, né? Se eu for pensar nesses 10 anos que eu passei nos Estados Unidos, foram muito bons pra mim, musicalmente... Mas eu trocaria aquilo por um monte de coisas, num piscar de olhos. Mas nessas horas você não sabe, você vai crescendo. Eu tava lá vivendo e a gente nunca sabe. A maturidade é um negócio que nunca chega, eu acho que a gente só é criança há mais tempo. Deus me livre e guarde de chegar à maturidade!

AB - Mutantes tarde do que nunca! (risos)